A acusação do ex-ministro Sérgio Moro de tentativa de intervenção na Polícia Federal e na Lava Jato soou familiar para muitos dos atuais e ex-integrantes da força-tarefa da operação. Em 2015, ainda no governo Dilma, o então ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi acusado de tentar interferir nas investigações da PF, que àquela altura tinham apenas um ano e meio, após uma viagem de madrugada, sem registro na agenda, com dois delegados: Leandro Daiello e Maurício Valeixo. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Daiello era diretor-geral da PF e Valeixo, diretor de Combate ao Crime Organizado. Os três se reuniram com o superintendente da PF no Paraná.
Em sua delação, o empreiteiro Marcelo Odebrecht disse que montou estratégia com Cardozo para melar e vazar a Lava Jato.
Além da delação, a PF descobriu e-mail de Odebrecht que combina a estratégia via Cardozo, para esconder contas da corrupção na Suíça.
Em 2007, a intervenção na PF foi explícita e não gerou polêmica: Lula demitiu o diretor-geral porque queira ser informado das operações com antecedência. Ninguém reclamou de “interferência”.