Ao ouvir o ex-ministro da Justiça reclamar de uma prometida “carta branca” prometida por Jair Bolsonaro, ao convidá-lo para o cargo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), colocou-se no lugar do presidente da República e lembrou a Sérgio Moro como um chefe de executivo eleito deve se comportar.
“Carta branca todo mundo tem, e eu também a concedo aos meus secretários, mas cartão vermelho só eu tenho”, disse ele. O governador explicou que ministros, como secretários, devem ter carta branca ou autonomia para exercer seus cargos, mas há um limite: o poder de decisão de quem os nomeia.
Ibaneis é conhecido por uma característica pouco comum entre gestores públicos: ele gosta de tomar decisões, de “usar a caneta”, como se diz em política, e o faz com rapidez.
Outra característica do governador Ibaneis é demitir, sem hesitações, qualquer ocupante de cargo de confiança que não corresponda à sua confiança ou expectativa.
Ele não contou conversa e substituiu rapidamente o secretário de Saúde no início da pandemia do coronavírus por avaliar que um outro integrante do seu governo, Francisco Araújo, tinha um perfil mais adequado para o enfrentamento de uma crise com essa gravidade. Deu certo.
Araújo implantara com sucesso em hospitais públicos de Brasília um modelo de gestão moderno, com instrumentos de gestão privada, enfrentando uma dura batalha contra corporações sindicais e velhos conceitos dos adoradores do serviço público.