Em prevenção à Covid-19, Agepen usa visita virtual para garantir contato de custodiados com familiares

Um projeto piloto sobre visita virtual de familiares está sendo desenvolvido na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, na Capital. A ferramenta utiliza a mesma tecnologia de videoconferências.

A ação, que começou este mês, é uma iniciativa da direção do presídio e servirá de modelo para outros estabelecimentos prisionais do Estado, já que a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) quer instituir os encontros virtuais como meio de garantir a atenção familiar aos detentos, em época de necessidade de evitar contatos físicos por conta da pandemia. A medida é uma orientação nacional que já está sendo aplicada em outros estados.

Segundo o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a inovação permite maior controle dentro da unidade penal, com a diminuição de entrada e saída de visitantes, assim como aproxima a família, essencial no tratamento penal e processo de ressocialização.

“A intenção é expandir essa iniciativa para outras unidades penais da Capital e do interior, aperfeiçoando ainda mais os serviços realizados pelos servidores através da tecnologia”, ressalta o dirigente.

Conforme Aud, uma equipe de servidores penitenciários já está fazendo testes em outros presídios e a intenção é possibilitar o serviço o mais rápido possível, aproveitando o que já tem de disponível nas unidades penais, sem custo para a instituição.

O diretor da Penitenciária da Gameleira, Flávio Rodrigues Marques, explica que a ideia surgiu a partir da suspensão das visitas, mas deverá ser uma ação continuada quando os encontros presenciais forem retomados, principalmente para atender quem é de fora. “Esse foi um mecanismo encontrado para sanar uma dificuldade atual, mas que pode atender essas outras demandas e assegurar esse contato”, comenta.


Para isso, estão sendo utilizados equipamentos de videoconferência (computadores, microfones e webcams), já instalados na penitenciária que são usados nas audiências judiciais virtuais. Para a realização da visita, basta que a família tenha um celular, tablet ou computador.

A comunicação é feita através de um site chamado Whereby, que foi sugerido pelo Núcleo de Tecnologia da Informação da Agepen, pois atende as necessidades do processo. O primeiro contato é realizado por alguém responsável da penitenciária, agenda um horário e é conectado conforme combinado com o familiar.

A plataforma online permite o acesso somente com a autorização do presídio, ou seja, se o contato não for aceito pela unidade não é possível se conectar com outra pessoa. Além disso, também é possível realizar a gravação de toda a visita virtual.

Por enquanto, 10 internos da penitenciária da Gameleira solicitaram realizar o procedimento, dos quais cinco já foram atendidos. A proposta é que a visita virtual para cada reeducando do local aconteça uma vez ao mês, com tempo de duração de dez minutos.

Também está em fase de teste no presídio, o atendimento de advogados neste mesmo sistema online, para os profissionais que tiverem interesse.