As eleições municipais de 2024 confirmaram o que as pesquisas apontavam: o Brasil é politicamente conservador ou “de direita” ou ainda de “extrema direita”, como jornalistas ativistas de esquerda chamam os políticos desse campo ideológico. Os partidos conservadores conquistaram a maioria esmagadora dos municípios, neste domingo (6), enquanto a esquerda pagou mico.
Contados os os votos, os brasileiros elegeram prefeitos em 5.471 municípios brasileiros, dos quais apenas 248 (ou 4,5% do total) são filiados ao PT. No campo político de esquerda, os partidos puxadinhos do PT também deram vexame: o PCdoB elegeu 0,3% dos prefeitos, o PV 0,2% e o Rede apenas 0,07%. O Psol, de extrema-esquerda, não elegeu um só prefeito neste domingo.
O PL de Jair Bolsonaro, por outro lado, que ontem elegeu 510 prefeitos, mais do dobro do PT, irá disputar o segundo turno em 23 dos os 51 municípios onde haverá a disputa, enquanto os petistas tentarão vitória em quatro e o Psol em dois, incluindo São Paulo. Em nenhum dos municípios onde disputarão o segundo turno os candidatos de esquerda aparecem como favoritos.
PL campeão de votos
O PL, partido de Bolsonaro, foi o campeão nas urnas este ano, somando 15,7 milhões de votos, um crescimento de 236% em relação à eleição anterior, de 2020, quando somou 4,7 milhões.
O desempenho do PL é o dobro daquele obtido pelo PT. O partido de Lula ficou em 6º lugar, com 8,9 milhões de votos, atrás do PSD (14,5 milhões), que registrou crescimento de 32,5% em relação ao pleito anterior. O PSDB encolheu ainda mais, totalizando apenas 4,7 milhões de votos, redução de 56% em relação à eleição de 2020.
O PL também elegeu os maiores campeões de voto na disputa por vagas em câmaras municipais, incluindo Carlos Bolsonaro, no Rio de Janeiro, com seus mais de 130 mil votos, e Jair Renan, o mais votado vereador em Balneário Camboriú.
A eleição municipal de Campo Grande teve um desfecho surpreendente no primeiro turno, com Adriane Lopes (PP) conquistando a liderança e deixando para trás as previsões que a subestimavam. Com um apoio decisivo da senadora Tereza Cristina (PP) ex-ministra de Bolsonaro, e que tem uma forte conexão com os eleitores de direita, Adriane avançou com firmeza como a defensora dos valores conservadores da capital.