Tenente Portela “O homem de confiança” de Bolsonaro

Caso Wilson Witzel

Numa entrevista na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que soube, por meio de seus informantes, amigos policiais civis e militares no Rio, que algo estava “sendo armado” contra ele e sua família. Afirmou ter sido avisado com antecedência da possibilidade de busca e apreensão nas casas de filhos dele e da “plantação” de provas contra a família, o que não se concretizou. Neste caso, atribuiu a ofensiva ao adversário e governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).

Ao ser questionado sobre o sistema próprio de informação, Bolsonaro já afirmou em entrevista: “É um colega de vocês da imprensa que com certeza eu tenho, é um sargento no batalhão de operações especiais no Rio, um capitão do Exército de um grupo de artilharia em Nioaque, um policial civil em Manaus. É um amigo que eu fiz em um determinado local faz anos, que liga pra mim e mantém contato pelo zap”, relatou. “Descubro muitas coisas, que lamentavelmente não descubro via inteligência oficial, que é a PF, a Marinha, a Aeronáutica e a Abin.”

Um dos participantes do serviço de informações paralelo referidos pelo presidente é Aparecido Andrade Portela. Militar reformado do Exército, ele conheceu Bolsonaro em Nioaque, Mato Grosso do Sul, quando serviram juntos. Ele costuma transmitir ao presidente informações políticas locais e a situação na fronteira. Portela reúne as melhores características para ser candidato pelo principal partido de direita em Campo Grande (MS), pois é referência de mediação de conflitos dentro da sigla, por ser militar, um cumpridor de ordens, leal e amigo íntimo do ex-presidente, Jair Bolsonaro.

Aparecido Andrade Portela é casado há 42 anos e tem três filhos biológicos e mais quatro de criação. Todos os filhos nasceram em Campo Grande, para onde ele foi transferido em 1984. Tenente Portela foi reformado em 2006 e desde então atua na política da capital.

Em entrevista ao Site Campo Grande News, Portela afirmou:

“Eu cumpro o que o presidente Bolsonaro mandar. Estou colocando meu nome como uma alternativa e, ele batendo o martelo, eu vou pra missão.” Sob as bençãos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, aos 62 anos de idade, com quase 30 dedicados ao serviço militar, o presidente municipal do PL, Tenente Portela (PL), que também é suplente da senadora Tereza Cristina (PP), acaba de colocar seu nome como pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande pelo partido.

Ele se orgulha também de ser um dos únicos políticos em Mato Grosso do Sul que realmente tem acesso a Bolsonaro. Prova isso mostrando conversas diárias pelo WhatsApp com o ex-presidente. “Eu conheci Bolsonaro mesmo antes de entrar no Exército”. Os dois se conheceram em Nioaque, onde Bolsonaro serviu por um ano como 1º tenente, de 1980 a 1981. Tenente Portela já morava na cidade desde 1973, quando se mudou com o pai, que havia acabado de comprar uma fazenda na região. Até ali, a família de Tenente Portela vivia em Tarabai, cidadezinha do interior de São Paulo.

Quando era deputado federal, Bolsonaro sempre ajudou nas campanhas aqui em Campo Grande. Sempre mandava vídeo quando a gente pedia. Ele tem um carinho especial por essa cidade e esse Estado, diz o presidente Municipal do PL.

Semelhanças com Bolsonaro

Portela destaca suas semelhanças com o ex-presidente. “Sou ficha limpa, tenho boa reputação e sou autêntico que nem ele. Pode achar que fui pro Serasa, se verificar vai ver porque eu fui, foi porque eu entrei e ganhei. Mas não tem aquela coisa de aparecer meu nome como alguém que roubou, brigou, não vai ter”.