O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse a Oeste que ficou “surpreso” com as declarações do presidente Lula sobre as imagens internas do Palácio do Planalto.
Conforme a imprensa, Lula disse aos seus outros ministros se sentiu traído ao ver as gravações de Dias circulando pelo local em 8 de janeiro, quando vândalos depredaram os prédios dos Três Poderes. Ao ser interpelado sobre o assunto, o general respondeu: “A imprensa veicula o que quer”.
Segundo as reportagens, Lula teria pedido a Dias o acesso à câmera do circuito interno que estava posicionada no corredor que dá para o gabinete presidencial, no Planalto. No entanto, o então ministro teria alegado que a câmera estava quebrada e que, por isso, não havia imagens daquele local durante os atos de depredação do 8 de janeiro.
Oeste conversou com o ex-ministro na tarde desta sexta-feira, 21, e o questionou sobre a declaração do presidente. Ele disse estar “surpreso”.
Além disso, o ex-ministro contou que o governo sabia da presença dele no Planalto. Conforme ele, as imagens internas do local “são de sua central de monitoramento” — ou seja, do GSI. Desse modo, o governo já teria ciência da presença dele no local.
Gonçalves Dias depõe na PF
Hoje, o ex-ministro prestou mais de quatro horas de depoimento na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. O general chegou ao local às 9 horas da manhã e saiu pouco depois das 13h30.
Na quinta-feira 20, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PF ouvisse o ex-ministro, em até 48 horas, sobre a atuação dele durante os atos de vandalismo que aconteceram nos prédios dos Três Poderes.
Após o comparecimento, Dias reiterou que não tem “qualquer responsabilidade” nos atos de depredação.
“O comparecimento na sede da PF é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa”, explicou o general. “Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva, nos fatos do dia 8 de janeiro.”