Deputados aceitam perder mandatos em apoio à anulação das eleições

A decisão do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, de enviar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a invalidação de votos em urnas fabricadas até 2020 recebeu total apoio dos deputados federais eleitos Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Marcos Pollon (PL-MS) e dos deputados estaduais reeleitos Coronel David (PL) e João Henrique Catan (PL), bem como do deputado estadual eleito Rafael Tavares (PRTB), mesmo que isso represente a anulação do pleito e, consequentemente, das suas respectivas vitórias.

Os cinco parlamentares, entre reeleitos e eleitos para o 1º mandato, usaram as suas redes sociais para apoiar a decisão do PL Nacional e afirmar que concordariam em perder o mandato em prol de anular as eleições. Eleito deputado federal com 41.773 votos, Rodolfo Nogueira disse à reportagem do jornal Correio do Estado que abre mão do mandato e apoia o pedido de anulação das eleições de 2022.

Políticos bolsonaristas eleitos não se importariam de disputar uma nova eleição – Fotomontagem

“Falei com o presidente Valdemar e ele disse que uma das empresas constatou que várias urnas espalhadas pelo País não teriam funcionado perfeitamente no processo. Assim, não podem ser validadas. Dessa forma, abriu sim uma porta para ingressar com ação de anulação das eleições de 2022. Da minha parte, mesmo tendo me esforçado muito e tendo recebido apoio de muitos sul-mato-grossenses para ser eleito, coloco meu mandato à disposição do meu País e partido”, declarou Rodolfo Nogueira.

Ele completou que ficará satisfeito com o ganho do Brasil. “Se acaso as eleições forem anuladas e outra eleição sem interferência possa devolver a esperança para o povo brasileiro”, afirmou, acrescentando que os demais parlamentares do PL estão dispostos a fazer o mesmo. Marcos Pollon também informou que é a favor de mais transparência nas eleições, mesmo que isso custe o mandato dos já eleitos. “Não há democracia sem transparência”, reforçou.

Coronel David destacou que o voto é o símbolo máximo da democracia e o processo eleitoral existe para que a população, de forma independente e livre, manifeste, nas urnas, a sua vontade, que é sempre soberana.

“Portanto, a eleição precisa ser transparente e confiável. Mas o que temos visto, desde o fim do 2º turno, é que uma parcela expressiva da sociedade não está convencida da lisura do processo”, pontuou.

Para ele, a Constituição Federal garante que essas pessoas tenham uma resposta convincente, transparente e definitiva.

“Por isso, aguardo e apoio a decisão de novas eleições para que seja restabelecida a confiança que a população precisa ter para que a democracia seja preservada, os direitos de todos sejam garantidos e o País volte à normalidade institucional. Sem transparência não há democracia”, afirmou.

Da mesma forma pensa João Henrique Catan, que disse ao Correio do Estado que apoia de forma integral a medida tomada pelo PL Nacional.

“Me perguntam toda hora se eu aceitaria correr o risco de perder o meu mandato e eu respondo: Prefiro correr o risco de salvar o Brasil. Não estou importando com o meu mandato, pois ficou claro na entrevista coletiva do Valdemar que as urnas anteriores ao modelo de 2020 apontam inconsistências técnicas absurdas e, claro, em desfavor do nosso presidente Bolsonaro”, declarou.

Apesar de não ser do PL, Rafael Tavares, que foi eleito pelo PRTB, também se declarou favorável a perder o mandato em apoio à anulação das eleições. “O Brasil é mais importante que qualquer mandato de deputado. Estou com o presidente Bolsonaro para o que der e vier”, ressaltou. 

Conteúdo retirado do Correio do Estado.