Presidente do STF afirma que ninguém pode esquecer que houve corrupção no Brasil em referência aos escândalo do Petrolão e mensalão no governo Petista

Fux diz que anulação de processos da Lava Jato foi ‘formal’: ‘Ocorreu corrupção’

Declarações foram dadas em uma palestra em comemoração aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará.

O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (10), que a anulação dos processos derivados da extinta Operação Lava Jato foi “formal”.

O presidente do STF afirmou ainda que “ninguém pode esquecer” que houve corrupção no Brasil. Fux mencionou os R$ 51 milhões em dinheiro vivo apreendidos em um apartamento ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima em 2017.

Também fez referência aos recursos desviados da Petrobras e ao escândalo do mensalão.

– Tive oportunidade, nesses dez anos de Supremo Tribunal Federal, de julgar casos referente à corrupção que ocorreu no Brasil. Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato, muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas. O gerente que trabalhava na Petrobras devolveu 98 milhões de dólares e confessou efetivamente que tinha assim agido – disse o ministro.

E continuou,

– Cada ato de corrupção é um colégio que fica sem merenda para as crianças. Cada ato de corrupção é um hospital sem leito. Cada ato de corrupção é um lugar onde não há saneamento – emendou.

As declarações foram dadas em uma palestra em comemoração aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará. Fux falou sobre o papel das Cortes de Contas no controle dos gastos públicos.

– Todos os Poderes, inclusive o Judiciário, devem contas à sociedade – defendeu o presidente do STF.

Fux ficou vencido no julgamento do STF que, no ano passado, decidiu que as ações abertas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na esteira da Operação Lava Jato não poderiam ter sido processadas em Curitiba.

Também foi voto vencido no julgamento que declarou o ex-juiz Sérgio Moro parcial ao condenar o petista na ação do triplex do Guarujá.