Em missão oficial ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França, a deputada federal acompanhou o debate sobre as oportunidades do corredor rodoviário A deputada federal e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, participou nesta quinta-feira (26), da abertura do 1° Fórum de Integração dos Municípios do Corredor Bioceânico, realizado em Campo Grande, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Tereza Cristina destacou as vantagens do corredor rodoviário para os produtores rurais de Mato Grosso do Sul e do Brasil. “O destino de grande parte dos produtos, principalmente agropecuários, é a Ásia, porque é uma região muito populosa. E o Mato Grosso do Sul, com a implantação dessa rota, poderá aumentar suas exportações para os países asiáticos. Não só para a China, mas também para o Vietnã, a Indonésia, a Malásia, que são países muito populosos e que cada vez mais precisam de produtos brasileiros”, explicou. O corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros ligará o oceano Atlântico ao Pacífico pelos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.
A rota apresenta uma alternativa logística para o escoamento da produção, principalmente dos estados da região Centro-Oeste, que geralmente enviam seus produtos para o exterior a partir do Porto de Santos, em São Paulo. “Então, nós vamos encurtar essa distância entre o nosso país, nosso Estado, nós que estamos aqui longe do oceano, longe do mar, pra chegar mais próximo dessa rota asiática. Quase metade dos produtos sul-mato-grossenses têm como destino a China. Além disso, vamos diminuir os custos logísticos, gerar mais empregos e investimentos para Mato Grosso do Sul”, afirmou. O evento foi proposto pelo presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul/ALEMS, deputado Paulo Corrêa (PSDB), e pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) – representante do Brasil na Frente Parlamentar Corredor Bioceânico. Durante hoje e amanhã (27), o encontro reúne autoridades do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile com o objetivo de debater detalhes do empreendimento que interliga os quatro países. O corredor rodoviário incluirá diretamente oito municípios de Mato Grosso do Sul: Porto Murtinho, Jardim, Caracol, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Sidrolândia e Campo Grande e interferirá nas atividades de outros 15: Nova Alvorada, Terenos, Jaraguari, Bandeirantes, Ribas do Rio Pardo, Aquidauana, Anastácio, Dois irmãos do Buriti, Bonito, Ponta Porã, Dourados, Rio Brilhante, Maracaju, Itaporã e Antônio João. A abertura do 1º Fórum contou também com a participação de Sérgio Longen, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), que expressou sua preocupação com as questões aduaneiras. “O projeto também é um sonho da iniciativa privada e nós queremos debater as aduanas. Precisamos de um tratamento especial para que essas aduanas possam fluir de forma diferenciada, até porque temos dificuldades de integração.
Necessitamos de velocidade, não podemos ficar à mercê das burocracias criadas aos longos dos anos. Que possamos firmar aqui o compromisso de integração”, defendeu. Já o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, destacou o protagonismo de Mato Grosso do Sul, que segundo ele, é um estado estratégico para a integração e implementação do corredor. “No ano passado o Brasil exportou mais para a Ásia do que para a Europa. A saída pelo Pacífico é natural ao comércio exterior do Brasil e para isso precisamos tanto fazer as obras físicas, como harmonizar os tratados que nós já temos no Mercosul e outros instrumentos muito modernos, como o acordo de livre comércio entre Brasil e Chile. Para tanto, precisamos de normas que permitam livre trânsito dos caminhões das mercadorias que vão ser escoadas. O mundo de hoje exige competitividade e isso exige uma logística muito completa e o Mato Grosso do Sul está vocacionado para isso”, ressaltou.
O Fórum também terá nesses dois dias, espaços abertos para debater temas como a Importância da Rota Bioceânica para a Advocacia, as Vantagens do Corredor Rodoviário Bioceânico e seu Impacto Comercial, o Potencial Agrícola de Mato Grosso do Sul e o Corredor Ferroviário Bioceânico entre outros assuntos relacionados à expansão e desenvolvimento econômico dos municípios do norte do Chile, norte da Argentina, Chaco Paraguaio e Mato Grosso do Sul. Corredor Bioceânico – O corredor bioceânico é um projeto de engenharia em desenvolvimento que engloba o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O intuito desta obra é criar uma autovia eficiente que conecte por terra os oceanos Atlântico – desde o porto de Santos, no Brasil ao Pacífico, no porto de Antofagasta, no Chile.