Como se tivesse certeza da rejeição de sua ação por crime de abuso autoridade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), minutos depois de divulgada a decisão de Dias Toffoli rejeitando a iniciativa, o presidente Jair Bolsonaro protocolou na Procuradoria Geral da República (PGR) representação de idêntico teor.
Toffoli não viu na ação de Bolsonaro “finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro”, como prevê a lei, ou, ainda, “a indicação de mero capricho ou satisfação pessoal”, aspectos que Bolsonaro considerou fartamente demonstrado.
Bolsonaro atribui a Moraes ao menos cinco crimes previstos na Lei de Abuso de Autoridade (Lei 13.869/2019), entre eles o prolongamento injustificado do chamado Inquérito das Fake News, do qual o ministro é relator e no qual Bolsonaro figura como investigado.
Moraes também é acusado de negar acesso à defesa de informações do inquérito, e também de prestar informação falsa sobre a investigação.
A representação atribui ao ministro o crime de exigir informação ou cumprimento de obrigação sem amparo legal, por ter ordenado o bloqueio de contas de investigados nas redes sociais.
A ação foi distribuída por sorteio a Toffoli, que decidiu rejeitá-la algumas horas após ela chegar a seu gabinete.