Segundo reportagem da Gazeta do Povo, existe neste momento uma forte pressão dos apoiadores do presidente da República para que ele se posicione sobre a prisão do parlamentar Daniel Silveira, detido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o jornal, um posicionamento por parte do presidente ainda é apenas uma possibilidade. Interlocutores discordam das palavras empregadas por Silveira e do tom agressivo publicado em ambos os vídeos pelo parlamentar, antes e após a prisão. Mas dentro do Planalto, é unânime a discordância acerca da prisão do parlamentar, que ocorreu no âmbito do inquérito das “fake news”, visto como “inconstitucional” e “ilegal” pelo Planalto. “Um inquérito que não houve denúncia da PGR [Procuradoria-Geral da República] e foi feito por canetada do [ministro] Dias Toffoli é completamente inconstitucional” — dispara um assessor.
O deputado Daniel Silveira é um dos mais ferrenhos e aguerridos apoiadores do presidente da República dentro do Congresso. Por isso, existe uma cobrança grane por uma manifestação de Bolsonaro. “E a pressão das bases está enorme” — sustenta um interlocutor do Planalto.
No entanto, para evitar um desconforto com os demais poderes, o presidente brasileiro resolveu se calar acerca de prisões de apoiadores. Mas a falta de um posicionamento vem causando mal estar na base conservadora. “Existe um mal estar em relação a esses assuntos. O desconforto na base conservadora do presidente é muito grande. Os ministros [palacianos] são cobrados, ele é cobrado” — afirma um assessor palaciano.
Caso haja uma manifestação do presidente da República sobre a prisão de Silveira, é esperado que aconteça após um posicionamento da Câmara, que deve julgar pela anulação ou manutenção da prisão do parlamentar.
“Se o presidente se posicionar vai ter um custo. Mas ele não se manifestar também vai ter um custo. Tudo isso tem que ser avaliado, mas ele vai fazer esse cálculo político” — afirma uma das fontes palacianas.