As tarifas de três dígitos impostas pelos Estados Unidos provocaram um terremoto social e econômico dentro da China. Desde o anúncio das novas tarifas — que chegam a 145% sobre produtos chineses — fábricas inteiras estão paralisando, cadeias de exportação estão colapsando, e protestos começaram a se espalhar pelo país. A situação é crítica em Nanquim, onde trabalhadores da fábrica da Volkswagen tomaram as ruas em protesto. A empresa, com 16 anos de operação na cidade, enfrenta o risco de fechamento parcial diante da queda vertiginosa das exportações.
Além das demissões em massa, funcionários denunciaram maus-tratos e cortes salariais como parte do “pacote de contenção” adotado após o baque comercial. Em Zhejiang, o cenário não é diferente. O chefe da fábrica eletromecânica Taizhou Qiyue revelou que a produção foi mantida, mas não há para onde enviar os produtos. Montanhas de mercadorias estão encalhadas, ele escreveu “pequenas e médias empresas na guerra comercial; se formos sacrificados todos devem se lembrar do nome da nossa empresa”.
Com pedidos cancelados e margens esmagadas, empresários chineses estão buscando rotas alternativas. Uma fábrica de agentes antiespumantes em Guangdong estuda reexportar via Vietnã, enquanto um fabricante de brinquedos em Zhejiang revelou que os pedidos dos EUA despencaram de 300 mil para 20 mil unidades em apenas um trimestre. A redução beira os 95%”.