O ex-presidente Bolsonaro declarou que vai expulsar do PL (MS), políticos que se dizem de “Direita” mas apoiam a candidata Rose Modesto, que fez parte do governo Lula e ligações com a cúpula petista de MS.
Do Cargo Federal à Disputa Municipal
Quando Vander Loubet concedeu a entrevista em janeiro, Rose Modesto ainda estava à frente da SUDECO, onde desempenhava um papel importante na articulação de políticas para o desenvolvimento da região Centro-Oeste. Com a aproximação do período eleitoral, Rose deixou o cargo para se dedicar à campanha e conseguiu se posicionar como uma das finalistas na disputa pela prefeitura de Campo Grande.
A aliança com o PT e outras lideranças de esquerda foi um movimento estratégico que visou ampliar o apoio à sua candidatura no segundo turno. Agora, Rose se apresenta como uma opção capaz de dialogar com diferentes segmentos, enquanto Adriane Lopes busca consolidar o voto conservador com o apoio de Tereza Cristina e Jair Bolsonaro, que possuem forte influência no eleitorado de direita.
As declarações de apoio do deputado estadual João Henrique Catan (PL) à candidatura da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) para a Prefeitura de Campo Grande, em detrimento da reeleição da atual prefeita da cidade, Adriane Lopes (PP), já chegaram ao conhecimento do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), que não gostou nenhum pouco da situação.
Ele aproveitou a presença ontem, em Campo Grande, de sua esposa, Michelle Bolsonaro – ex-primeira-dama do Brasil e presidente nacional do PL Mulher –, no evento Movimento Mulheres Conservadoras do Brasil, a fim de enviar uma mensagem a todos os filiados sobre o apoio do partido à prefeita Adriane Lopes neste segundo turno das eleições municipais.
O Correio do Estado teve acesso ao recado do ex-presidente. Em certo trecho da mensagem, Bolsonaro classificou como “sacanagem” o fato de parte da militância do PL estar pedindo voto para a candidata adversária, a qual teria fortes ligações com o PT, ao mesmo tempo em que critica a candidata da direita.
“Já fiquei sabendo que tem gente nossa trabalhando contra, e esse pessoal tem de ripar do PL em 2026. Essa gente tem de sair do partido. Eu até aceito que fique neutro, mas bater na nossa gente, aí está de sacanagem”, declarou Bolsonaro.
O Correio do Estado também procurou o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para ouvir dele uma posição oficial sobre a questão envolvendo Catan e a candidata apoiada pelo partido em Campo Grande.
“Ele [Catan] já me ligou umas 10 vezes e eu não consegui atender”, disse.
A atual prefeita aproveitou para ressaltar sua carreira na política, sendo vice-prefeita por duas vezes. “Eu era vice, sim, fui eleita por duas vezes como vice. Mas é do saber de todos que vice não toma decisão administrativa. Quando eu me sento na cadeira, foi justamente em um período pós-pandêmico, com muitas dificuldades, mais de 300 obras paradas e uma prefeitura negativada, ou seja, sem capacidade de investimentos. Eu não reclamei, eu trabalhei”, afirmou.
O evento também contou com a presença da primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, que reforçou o papel das mulheres na política e a importância de apoiar Adriane Lopes.
“Estamos construindo um caminho para que, cada vez mais, as mulheres tenham equidade na política. Eu venho aqui pedir de coração o nosso apoio a essa candidatura que é tão importante”, disse.