No relatório divulgado pelo Secretário Geral da OEA, Luis Almagro, a instituição justifica a decisão com a falta de clareza na divulgação dos resultados por parte do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) venezuelano.
“Mais de seis horas depois do encerramento da votação, o CNE fez um único anúncio em coletiva de imprensa, indicando ter processado 80% das urnas e declarou o candidato oficial como o vencedor, sem fornecer detalhes das urnas processadas, sem publicar as tabelas, sem publicar as atas, fornecendo apenas as percentagens agregadas de votação… A CNE descreveu falsamente estes dados como ‘irreversíveis’. Os números publicados no canal oficial também revelaram erros aritméticos.”
No meio da madrugada de segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo de Maduro, divulgou que, com 80% das urnas apuradas, Maduro recebeu 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González Urrutia.
O documento apresentado pela OEA foi produzido pelos observadores que acompanharam as eleições no domingo. Em comunicado divulgado para a imprensa, a organização fala em “aberrantes manipulações”.
“Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação por parte do regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das mais aberrantes manipulações. Continua até hoje.”