Conheça o general “melancia” que ameaçou prender Bolsonaro

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, teria dito que participou de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, nos encontros teriam sido discutidas minutas para a decretação de GLO, estado de Defesa e de Sítio.

Na versão apresentada à PF, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, Freire Gomes alegou ainda que Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas um documento que listaria uma série de supostas interferências no Judiciário. No entanto, o próprio ex-comandante disse não se recordar da data exata do encontro com o ex-chefe do Executivo.

Freire Gomes comandou o Exército durante o governo Bolsonaro, entre março e dezembro de 2022. O militar ameaçou prender o ex-presidente caso ele tentasse consumar uma Intervenção militar, segundo afirmou o ex-chefe da aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr. à PF.

O sigilo dos depoimentos foi retirado, nesta sexta-feira (15), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Freire Gomes foi o terceiro comandante do Exército no governo Bolsonaro após o general Paulo Sérgio Nogueira deixar o posto para se tornar ministro da Defesa. Antes, ele estava à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), um dos principais cargos dentro da estrutura do Exército.

Como general, Freire Gomes foi secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandou a Brigada de Operações Especiais (Goiânia) e a 10ª Região Militar (Fortaleza). Ele também foi comandante Militar do Nordeste, em Recife (PE).

O general nasceu no dia 31 de julho de 1957, em Pirassununga (SP). Ele foi declarado aspirante a oficial de cavalaria em dezembro de 1980. Depois, Gomes Freire foi instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), adido na Espanha e comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia (GO). Ele já serviu em cidades como Bela Vista (MS), Recife (PE) e Bayeux (PB).