O Ministério Público defendeu nesta quinta-feira (14) que seja acolhida a ação eleitoral contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) com a cassação do mandato do ex-juiz da Operação Lava Jato por abuso de poder econômico durante a pré-campanha em 2022.
A ação, protocolado depois das 22h desta quinta-feira (14), é assinado pelos procuradores da República Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, da Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná.
“A lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral, porquanto aplicou-se monta que, por todos os parâmetros objetivos que se possam adotar, excedem em muito os limites do razoável”, diz trecho da manifestação.
A reação contrária foi proposta no final do ano passado pelo PL e pela federação formada por PT, PV e PC do B. As siglas acusam Moro de abuso de poder econômico e utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social durante o período de pré-campanha. Em relação a este último ponto, o MP ignorou, mas acatando todas as demais alegações. Também foram apontados indícios de corrupção após a contratação do escritório do advogado Luís Felipe Cunha, que atualmente é primeiro suplente de Moro.
Juntos, os partidos de Bolsonaro e Lula buscam a cassação do mandato e a inelegibilidade de Moro por oito anos, além da realização de uma nova eleição para a vaga do ex-juiz da Lava Jato.
[Outro lado]
A defesa de Sergio Moro, no entanto, tem dito que os gastos na pré-campanha não trouxeram impacto para o resultado eleitoral. Os advogados alegam que Moro está sendo de ações de natureza política.
“A eleição não se deu pelos gastos em celular, coffee break ou seguranças, mas sim diante de todo o capital amealhado em decorrência do combate à corrupção alcançado pela Operação Lava Jato, sediada no Paraná e de conhecimento amplo dos paranaenses”, alega o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa do senador no TRE.