Entre os nomes da direita cotados para disputar a Presidência da República em 2026, um em especial ganhou “luz própria” nas últimas semanas. Ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) saiu bem avaliada da Esplanada, elegeu-se para o Congresso e ganhou notoriedade como um dos principais nomes ligados ao agronegócio no parlamento.
Além disso, o perfil mais moderado hoje conta muito a favor de Cristina, uma engenheira agrônoma de 69 anos, nascida em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, que conquistou o seu primeiro mandato em 2014, como deputada federal. Há alguns dias, ela viu colegas de partido a apontarem como provável concorrente ao Planalto daqui a três anos. Em entrevista ao site da Jovem Pan News, a ex-ministra afirmou que se sente “honrada” por seu nome ter ganhado força, mas pediu calma ao lembrar que as eleições municipais de 2024 movimentarão a política.
“Me sinto muito honrada por ter o meu nome lembrado para o mais alto cargo da República brasileira, mas ninguém é candidato de si mesmo. Acho que 2026 ainda está muito longe e, para chegar lá, é preciso passar primeiro por 2024”, comentou.
Na última semana, a senadora recebeu apoio de dirigentes do Progressistas durante uma reunião da Executiva Nacional, realizada em Brasília. No encontro, que foi convocado para debater as intenções do partido para os próximos anos, os integrantes do PP reafirmaram a “independência” da sigla em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Todos concordaram que o PP precisa ter candidatura própria ao Palácio do Planalto na próxima eleição nacional. Inclusive, em vídeo, o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), voltou a defender a necessidade de um nome forte e disse que o de Tereza Cristina é o ideal.
“Com a inelegibilidade de Bolsonaro, nós, dos partidos de centro e centro-direita, começamos a analisar os nomes que serão nossos representantes na tarefa de disputar a Presidência e Vice-Presidência em 2026. Nós, do Progressistas, colocamos o nome de uma senadora competente. Uma mulher de bem, que foi a melhor ministra da Agricultura da nossa história. O nome foi para análise dos partidos aliados e de Bolsonaro. O processo será comandado totalmente por ele”, explicou.
A ex-ministra está no PP desde 2022. Antes, passou por PSDB, PSB e DEM (que posteriormente virou União Brasil). Apesar de ser a preferida pelos integrantes do atual partido, Tereza Cristina frisou que o momento é de mostrar uma direita unida. “A direita tem que mostrar que está organizada e a que veio. Os próximos passos serão decorrentes de 2024. Claro que, mais a frente, se o meu nome estiver à mesa, vamos pensar de outra maneira”, reforçou ela.
Informações Jovem Pan
Aceno ao agro
Os obstáculos para os favoritos no campo bolsonarista têm levado aliados do ex-presidente a cogitar alternativas, conciliando a proximidade ao ex-presidente com a capacidade de acenar a grupos tradicionalmente ligados à direita. Uma dessas alternativas, segundo a jornalista Andréia Sadi, apresentadora do Estúdio i na GloboNews, é a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Eleita ao Senado em 2022 pelo Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina tem sua base eleitoral fortemente ligada ao agronegócio, e é vista como um nome que mantém portas abertas no setor. Além disso, sua candidatura agrada a caciques do Centrão, que veem nela um nome mais moderado e mais confiável em relação a outros cotados.