“Bolsonaro argentino” vence as primárias na Argentina e é o favorito para derrotar a esquerda em outubro

O deputado e economista Javier Milei, líder da frente A Liberdade Avança e que conta com apoio declarado no Brasil do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi o candidato mais votado nas eleições primárias abertas realizadas, neste domingo (13) na Argentina. O objetivo dessa votação foi definir os candidatos ao cargo de presidente do país no pleito a ser realizado no próximo dia 22 de outubro.

Quando 97,39% das urnas haviam sido apuradas, Milei, que não tinha adversário na eleição partidária, contava com 30,04% do total nacional (7,11 milhões de votos), um percentual que não havia sido previsto nas pesquisas. Na última quinta-feira (10), Bolsonaro enviou um vídeo a Milei manifestando apoio à sua candidatura e apontando semelhanças de valores entre eles.

A outra frente de oposição ao atual governo do presidente Alberto Fernández foi a segunda mais votada nacionalmente: a Juntos pela Mudança, com 28,27% dos votos. Neste caso, a disputa interna pela candidatura foi vencida pela ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich, com 16,98% dos votos em todo o país, contra 11,3% do prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta.

O atual ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, foi o segundo pré-candidato mais votado em termos nacionais, com 21,40%, levando a melhor com sobras na disputa pela candidatura presidencial pela União pela Pátria, já que o advogado Juan Grabois obteve 5,87%. A coalizão peronista e de base do atual governo, porém, foi apenas a terceira mais votada no país, com 27,27%.

Além de Milei, Massa e Bullrich, outros dois outros candidatos conseguiram votos suficientes para se qualificar para disputar as eleições presidenciais de outubro, porque suas frentes políticas superaram a cláusula de barreira de mais de 1,5% dos votos no domingo.

São eles o peronista não kirchnerista Juan Schiaretti, governador da província de Córdoba, com 3,83% dos votos, e Myriam Bregman, da Frente de Esquerda, com 2,65%.

Cerca de 35,4 milhões de argentinos foram convocados, neste domingo, para as chamadas PASO (primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias), que definiram as listas de candidatos que concorrerão nas eleições gerais de 22 de outubro.

Além da disputa presidencial, a Argentina vai definir os ocupantes de 130 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 das 72 do Senado. Também serão eleitos 43 representantes argentinos para o Parlamento do Mercosul (Parlasur).