Durante palestra no Forum Brazil UK, promovida por estudantes das universidades Oxford e London School of Economics and Political Science, no Reino Unido, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, listou alguns dos “desafios” durante sua gestão à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Durante a minha gestão na presidência do TSE eu precisei lidar com a pandemia, precisei oferecer resistência aos ataques contra a democracia, e impedir esse abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual, que sempre foi o caminho da fraude no Brasil”, disse Barroso neste sábado, 25.
Neste momento, o ministro foi contestado por uma mulher: “É mentira…ninguém falou em contagem manual”. Na sequência, é possível ouvir um homem questionar: “Como vamos confiar nas urnas se o cara que vai presidir foi o cara que soltou o maior ladrão (inaudível)?”
Ao mencionar o projeto do voto impresso, rejeitado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2021, Barroso não informou aos presentes que a proposta não defendia o fim das urnas eletrônicas.
A versão do texto de Proposta de Emenda à Constituição da deputada federal Bia Kicis (PL) previa o comprovante impresso como segurança adicional, conferível pelo eleitor, para fins de auditoria, se necessário. A sugestão de contagem pública e manual dos votos impressos foi incluída posteriormente pelo relator, o deputado Filipe Barros (PL). A comissão especial da Câmara dos Deputados, no entato, rejeitou o parecer de Barros.
O ministro também deixou de explicar a resistência do TSE em acatar as sugestões das Forças Armadas para as eleições deste ano.
Barroso ainda se mostrou incomodado com o questionamento da plateia: “Esse é um dos problemas que nós estamos vivendo no Brasil, um déficit imenso de civilidade.”