O sistema de alerta de chuvas do aplicativo Telegram será paralisado em todo o País, impedindo a mobilização dos integrantes da Defesa Civil, segundo advertiu esta noite o secretário de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, Antonio Fernando Pinheiro.
Ele se assustou com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que considerou grave, e disse que a suspensão do Telegram deverá inviabilizar a ação das autoridades de todo o País diante das fortes chuvas esperadas para este fim de semana.
“É preciso recorrer dessa decisão, rever isso”, disse ele, perplexo com o caráter impensado da censura. Pinheiro disse que o Telegram é o principal instrumento de mobilização da Defesa Civil e de outros organismos que atuam no socorro à população.
Ele citou como exemplo a cidade de Belo Horizonte, onde 4 mil pessoas envolvidas em ações de socorro da Defesa Civil fazem parte de um grupo do Telegram. Ele explicou que o Whatsapp, por exemplo, limita os grupos a 256 pessoas e não há tempo para reformar todo o sistema de mobilização.
O secretário Antonio Fernando Pinheiro acha estranho que o poder público, nesse caso representado por um ministro do STF, seja capaz de bloquear uma rede que o próprio poder público utiliza para mobilizar socorro a brasileiros vítimas de enchentes deslizamentos e outros desastres naturais.