A esquerda brasileira tomou um tombo com Jair Bolsonaro no poder e perdeu grande parte de seu aparelhamento estatal que foi investido durante 15 anos nas instituições brasileiras, uma situação irreversível, o movimento que a direita fez foi tão forte que dificilmente a esquerda voltará ao poder pelas vias democráticas, ainda que com todo o aparato da mídia e pesquisas encomendadas estando contra Bolsonaro, ele inegavelmente será uma força política gigante dentro ou fora do governo.
O grande problema da esquerda não é exatamente Bolsonaro, com a renovação do congresso em 2018, em que a velha política começou a ser enterrada, mostrou o caminho em que as próximas eleições poderão tomar, a renovação deverá continuar, principalmente no Senado que dá sustentação para as ações no STF que freiam os projetos da direita, com uma nova leva de senadores reformistas, e Bolsonaro elegendo pelo menos 10 senadores na sua base, figuras como Renan Calheiros e Katia Abreu desaparecerão das decisões da casa.
2022 promete deixar a esquerda minúscula no congresso, ainda que um candidato da esquerda ganhe na majoritária, ele não terá mais a força de antes para aprovar projetos ou indicar nomes as cortes superiores ao seu bel prazer, seria uma oposição dura que deixaria engessado um governo esquerdista, muito provavelmente um governo apoiado por Lula iria tentar usar a velha tática de esquemas fraudulentos e propinas para tentar manter uma base de sustentação, o que levaria rapidamente esse governo a um novo impeachment, ou seja, o Brasil não aguenta mais escândalos de corrupção e um novo processo de impedimento, seria a tragédia da política e economia brasileira.
Junior Melo (advogado e jornalista)