O Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), encaminhou um ofício à Corte, solicitando acesso a todos os documentos relacionados ao encerramento do vínculo entre o ex-juiz Sergio Moro e a empresa de consultoria internacional Alvarez e Marsal. O ex-ministro da Justiça trabalhou na empresa entre novembro de 2020 e outubro de 2021.
O processo no TCU tem como objetivo apurar possíveis indícios de irregularidades noticiados em um ofício anterior do MP-TCU envolvendo a Operação Lava Jato e a empresa Odebrecht. Os autos foram abertos com base na necessidade de analisar se houve prejuízos ocasionados aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz.
No novo documento, o subprocurador-geral Lucas Furtado encaminhou novo ofício para obter junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), bem como a outros órgãos que integram o Poder Judiciário, informações acerca do número de processos de recuperação judicial em que as empresas do grupo Alvarez e Marsal atuaram desde o ano de 2013.
Com isso, a intenção é obter junto à empresa toda documentação relativa ao fim do vínculo de prestação de serviços com Moro, contendo datas das transações e valores envolvidos.
O acerto de Moro com a consultoria gera polêmica desde o ano passado pelo fato de a Alvarez e Marsal ser a administradora judicial da recuperação do Grupo Odebrecht.
No início deste ano, o ministro Bruno Dantas já havia apontado que “são gravíssimos os fatos reportados pelo subprocurador-geral”, pois, além de possuir informações privilegiadas sobre a Odebrecht, Moro teria proferido decisões e orientado as condições de celebração de acordos de leniência da construtora, o que contribuiu para que a empresa entrasse em recuperação judicial.