O Neto do ” Homem de Miranda”

Pedro Pedrossian Neto, Secretário de Finanças e Planejamento, economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e mestre em economia política pela PUC-SP. Ele já atuou como professor universitário. Em 2014, foi secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (SEPROTUR) e, no mesmo ano, foi membro do Conselho de Administração do SEBRAE. Filiou-se ao DEM recentemente por determinação do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad.

Junto com o prefeito Marquinhos Trad enfrentaram a pandemia mundial com muito trabalho, determinação e Fé.

Com repasses do Governo Federal 1341,94% maior em 2020, resultado da ajuda destinada aos municípios na pandemia, Campo Grande conseguiu equilibrar as contas e se livrou do vermelho no ano passado. O planejamento, organização e estratégias adotadas pela Capital desde o início da vacinação fizeram toda a diferença para o êxito do processo.

Apesar da pandemia, a arrecadação do ano passado fechou em R$1.983.627.624,02, o que representou aumento de 8,38% se comparado ao ano anterior, quando R$ 1.830.228.217,18 entraram nos cofres da Prefeitura.

Do total da receita de 2020, R$155.960.992,44 foi repassado pela União como suporte durante a pandemia da covid-19. Em 2019 o envio de verba do Governo Federal foi de 10;801.085,20. “foi o salvamento”, explica o secretário.

Nas despesas houve queda de de 6,23%. Em 2019 a Prefeitura gastou R$ 1.973.303.370,47, mas no ano seguinte reduziu o valor para R$ 1.850.270.244,39. Hoje, a maior despesa do Município é com pessoal, um total de R$ 1.153.283,49.

Pedro Pedrossian “O filho de Miranda

Pedrossian Neto: ‘tenho muito orgulho de carregar o nome do meu avô

“Meu avô era um exemplo de homem, um exemplo de pai de família, tinha muito orgulho de ajudar a construir, tem obras dele espalhadas por todo o Estado, de leste a oeste, norte a sul”, declarou.

“Vovô Pedro”

Do menino tímido de Miranda, da velha cidade empoeirada por onde passava a ferrovia – rasgando com o apito agressivo da locomotiva seu atraso –, irromperia o engenheiro audacioso, irrequieto, de rara obstinação. Miranda seria para sempre seu santuário e, de forma um tanto paradoxal, forneceria a metáfora do subdesenvolvimento contra o qual lutaria toda sua vida. O homem de Miranda viveria dividido entre o sentimento de protegê-la e superá-la.

A “herança generosa” – como ele definia a sorte de ter lá nascido –, seria a explicação por ele inventada para justificar sua própria generosidade. Pai, marido, irmão, avô, bisavô, amigo, companheiro de pescarias – tantas pessoas numa só –, sua presença foi dádiva para quem com ele conviveu. O amor endivida até nos tornar eternamente cativos de sua lembrança.

Contaminado pela força de suas próprias ideias, seria escravo da ideologia do progresso, da beleza de seus projetos, do orgulho de suas universidades, das estradas que abria para o futuro. Daria poderes ao parque, fazendo-o símbolo de uma era em que se podia sonhar com um Estado-modelo, e de onde se produziriam – na fantasia – as soluções para tantos problemas do povo escolhido.

A política foi a ele um meio, um instrumento por onde a régua e o compasso do engenheiro – esta sim, sua verdadeira natureza – poderia mover alavancas, erguer estruturas, e por fim edificar uma nova identidade e autoestima. Sua maior obra não foi de ferro ou concreto, foi fazer-se intérprete da vontade coletiva de um povo, dar vazão as aspirações adormecidas de uma geração de pessoas que queria, sem realmente saber, emancipar-se. O despertar deste inconsciente seria, para sempre, a argamassa de seu carisma.

A história seria imperfeita – como todas são na vida real –, cheia de idas e vindas, de caminhos tortuosos, em meio aos quais inventaria hospitais, escolas, teatros, e um sem-fim de expressões de genialidade. Acabou por misturar a sua própria vida com a de milhões de pessoas, tornando-as protagonistas da construção de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

A mim, que tive a honra e a responsabilidade de carregar o seu nome, Pedro Pedrossian era antes o vovô Pedro, alguém cuja admiração obrigaria a uma constante busca por compreender o seu legado, sua origem e sua missão – e com ela, um pouco de si próprio. Na vida adulta, ao invés de desmistificá-lo – como talvez em outros casos fosse o natural –, caminhei no sentido oposto, reconhecendo que ali havia um homem além das explicações de seu tempo. Este orgulho é um privilégio que sempre colecionarei com muito afeto.

A saudade será uma constante em nossas vidas e, lá de cima, de onde ele deve estar contemplando a sua obra, poderá ser sentida como gesto de carinho e gratidão de todos que o amam.

Na foto, Pedrossian ao lado da esposa Maria Aparecida e do bisneto João Pedro, comemora 85 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

História – Pedrossian foi governador de Mato Grosso por três vezes, de 1966 e 1971. Em 1980, foi nomeado para comandar Mato Grosso do Sul, posto que retomou em 1991, quando foi eleito nas urnas.

Com a vida forjada nos caminhos de ferros da Noroeste do Brasil, o engenheiro civil Pedrossian deveria estrear na política sendo vice de Lúdio Coelho.

O Lúdio, candidato da UDN, foi a Bauru e me convidou para ser o vice. Mas nunca mais tocou no assunto. De qualquer forma, aquela medida do Lúdio fez com que tomassem conhecimento da minha existência como político. Fui escolhido para ser candidato”, relatou o próprio, em entrevista ao Campo Grande News em 2013.

Na década de 1960, sem condições financeiras, ele embarcou em um avião de pequeno porte, “às vezes nem a bússola funcionava”, e na aventura de rodar o extenso Mato Grosso, à época uno.

De repente, a população correspondeu às propostas e Pedro Pedrossian foi eleito governador.