Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 30, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a rechaçar as acusações do delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, que apresentou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) denunciando o ministro por supostamente proteger madeireiros e atrapalhar medidas de fiscalização por interesses privados.
“Essa história é vergonhosa. Da mesma maneira que ele faz essas insinuações para tentar criar fatos que não existem, eu também poderia dizer que ele [Saraiva] é muito ligado à ex-ministra [do Meio Ambiente] Marina Silva e, mais do que um delegado, é um militante”, afirmou Salles. “O que consta naquela notícia-crime é mentira de ponta a ponta.”
O ministro disse que esteve reunido em Brasília com representantes dos madeireiros e uma série de autoridades. “A reunião em Brasília foi pedida para ouvir os madeireiros, que estavam com sua carga apreendida e não conseguiam sequer apresentar sua defesa”, explicou Salles. “Como uma reunião dessa pode ser algo fora da institucionalidade?”, indagou.
Questionado sobre a forte pressão para que deixe o ministério, Salles disse que conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e tem resiliência para suportar os ataques. “Eu aguento porque sei que não fiz nada errado. Aliás, eu não faço nada errado. As pessoas podem não concordar com as minhas opiniões”, afirmou.
“Não será meia dúzia de radicais infiltrados ou a esquerda e os petistas que roubaram este país durante 10 ou 15 anos que vão apontar o dedo para o nosso governo. Passados dois anos e meio, este governo não tem um escândalo de corrupção. Não devo nada para vagabundo nenhum”, finalizou Salles.
Marina Silva e Esposo
Fábio Vaz de Lima é réu na 6ª Vara da Justiça Federal de São Luis, no Maranhão, por responder a processo por improbidade administrativa. Ele e mais 18 pessoas são acusadas pelo desvio de R$ 44,1 milhões de um projeto da Usimar para a produção de componentes automotivos junto à Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), avaliado em R$ 600 milhões.
Apesar do dinheiro ter sido liberado, o projeto nunca saiu do papel. O projeto foi aprovado numa reunião do Conselho Deliberativo da Sudam, com a participação do marido de Marina Silva, em dezembro de 2001. Ele participou da reunião em nome do então governador do Acre, Jorge Viana, e do então secretário de Planejamento do Acre, Gilberto Siqueira, que não puderam comparecer. Como o marido de Marina participou da liberação do dinheiro, está sendo responsabilizado pelo desvio. O processo, de número 200137000080856, chegou a ir para o STF, mas a ministra Cármen Lúcia devolveu-o para a 6ª Vara Federal de São Luis, onde aguarda julgamento.
Fábio Vaz de Lima é acusado ainda de irregularidades no Ibama do Acre, em 2004, no período em que Marina era ministra do Meio Ambiente. Fábio era técnico agrícola e funcionário do governo petista do Acre, quando foi acusado de atos de corrupção no Ibama, no controle do contrabando de madeira. O caso chegou a ser denunciado na Câmara dos Deputados pelo então deputado Aldo Rebelo, que era do PCdoB.
Informações IstoÉ