Em Livro, Cunha acusa Temer, Maia e Baleia Rossi de tramarem o impeachment de Dilma “poste” de Lula

Eduardo Cunha revela que, em 2015, num edifício de luxo, no Rio de Janeiro, quatro políticos acertaram que a presidente Dilma Rousseff seria derrubada. Eduardo Cunha, do MDB, Rodrigo Maia, do DEM, Carlos Sampaio e Bruno Araújo, ambos do PSDB, eram os artífices do afastamento da petista. Dez meses depois, a política mineira estava fora do poder.

Advogados de Temer, Lula, Dilma e Aécio se unem em manifesto

O ex-presidente Michel Temer participou, como agente ativo, do impedimento de Dilma Rousseff. “Não foi apenas o destino ou a previsão constitucional que fizeram Michel Temer presidente da República. Ele simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta. Ele fez a ‘escolha’. Foi, sim, o militante mais atuante. Sem ele, não teria havido impeachment”, conta Eduardo Cunha. Uma novidade? Não. Mas, relatada pelo ex-presidente da Câmara, apesar de toda a sujeirada que patrocinou — insista-se: o livro de Malu Gaspar é espantoso, pois indica que a máfia não existe apenas na Itália e nos Estados Unidos —, acrescenta um ingrediente a mais na percepção da podriqueira da política patropi.

Rodrigo Maia, o Botafogo da Operação Lava Jato, não se sai muito bem do livro-vingança de Eduardo Cunha. “Não tinha limites para a sua ambição e vaidade. Na busca pelo protagonismo, Rodrigo Maia quis forçar ser o relator da Comissão Especial de Impeachment. Eu tive de vetar”, sustenta o iracundo dom Quixote da Tijuca. O leitor decerto perguntará: o retrato que Eduardo Cunha faz de Rodrigo Maia, o atual presidente da Câmara dos Deputados, não cai como uma luva no poderoso chefão que, ao defenestrar Dilma Rousseff, também acabou por cavar sua própria sepultura política? A resposta é…sim.

O candidato a presidente da Câmara dos Deputados Baleia Rossi, do MDB, sai com a imagem chamuscada do livro. “A empresa Ilha Produções Ltda., pertencente ao irmão de Baleia e a sua mulher, recebeu nas campanhas eleitorais de 2010, 2012 e 2014 milhões de reais em pagamentos oficiais e caixa dois, inclusive da Odebrecht.” Michel Temer e Baleia Rossi foram procurados pela “Veja”, mas optaram por não se manifestar.

Condenado a 14 anos e seis meses de prisão — cumpriu três anos e cinco meses em regime fechado —, Eduardo Cunha, no momento, por pertencer ao grupo de risco da pandemia do novo coronavírus, está cumprindo a pena em sua casa, no Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Tudo indica que continua amando odiar seus adversários, que trata como inimigos.