Rodrigo Maia sempre foi uma figura intragável. Com o carisma de um paralelepípedo, vencia eleições às custas da popularidade do pai. Com o ocaso de Cesar, as votações de Rodrigo minguaram. Mas ele encontrou seu lugar na política convertendo-se em um “player” habilidoso de um sistema odiado pelo povo. Tornou-se o homem mais odiado do Brasil.
Rodrigo aprendeu a jogar o jogo estabelecido pela Constituição de 88. Mas não na parte boa da Constituição. Maia é o homem do sistema constitucional que engessa a nação. O sistema que dobrou a carga tributária. O sistema que tornou o cidadão em escravo do Estado e do establishment político.
O FILHO DO PREFEITO
A votação que elegeu Rodrigo Maia deputado federal em
2018 foi pífia. Recebeu 74 mil votos em 2018. Quando ele era apenas o filho de Cesar Maia, então um prefeito popular no Rio de Janeiro, Rodrigo recebeu votações bem maiores, conforme você pode conferir aqui.
O APRENDIZADO
O obscuro parlamentar eleito às custas do pai tornou-se um congressista bem articulado. Se o povo nunca simpatizou com Maia, seus pares da Câmara têm muita confiança nele. Isso faz todo sentido, pois o que é bom para os parlamentares não é bom para o povo brasileiro.
O PRIMEIRO-MINISTRO
Hoje, Rodrigo Maia comanda os destinos do país contra os propósitos do Poder Executivo e contra os interesses dos brasileiros. E o faz dentro da Constituição, da Lei e do regimento da Câmara, é preciso registrar. Se sua conduta é imoral, a verdade é que o ordenamento jurídico dá respaldo a parlamentares imorais. Aliás, o Presidencialismo no Brasil é uma mentira sobra a qual já tratamos aqui.
A BASE JURÍDICA
Uma ordem constitucional que coloca o país sujeito à imoralidade de seres imorais por natureza, só pode construir exclusão social, desigualdades, recessão e impedir o desenvolvimento do Brasil. Não é possível esperar resultados diferentes.
Manusear habilmente esse sistema podre edificado pelos constituintes e constantemente aperfeiçoado para o mal por emendas constitucionais, foi o espaço que Rodrigo Maia encontrou. Neste ponto é um Eduardo Cunha ainda mais habilidoso que o original.
Hoje ele é o homem mais odiado do Brasil. Odiado pelo povo. Respeitado pelos inimigos do povo. Mas, não se engane: amanhã o odiado será outro. O inimigo do Brasil não é um homem, mas um sistema. Não que os homens que se aproveitam desse sistema não mereçam nossa repulsa. Mas a gente não quer odiar, queremos progredir.
URGE UM DEBATE CONSERVADOR
É preciso iniciar o debate constitucional no lado conservador para que daqui a alguns anos estejamos prontos para que, em uma reforma ou em uma constituinte, possamos impedir a Esquerda moderada – que no Brasil é eufemisticamente chamada de centro – de agir livremente como em 1987/88.
Não existe solução mágica ou de curto prazo. O lado inimigo é paciente e age no longo prazo. Por isso eles nos vencem há cinquenta anos e empurram o Brasil para o buraco.