Apesar da pandemia do coronavírus e até de recomendação em rede nacional de TV feita pelo próprio Bolsonaro, o povo brasileiro foi de novo para as ruas do Brasil.
É um recado dramático de milhões de pessoas que não temeram a própria morte e que precisa ser levado em conta.
Se numa situação extraordinariamente desfavorável como a de hoje, foi possível que milhões de brasileiros fossem para as ruas ou mesmo ficando em casa protestassem como protestaram hoje, é possível imaginar o que poderá ocorrer numa conjuntura de normalidade democrática.
O povo aprendeu a protestar nas ruas, pelo menos desde que em 2015 exigiu Padrão Fifa dos serviços públicos, em 2016 derrubou Dilma e em 2018 elegeu Bolsonaro, porque foram três eventos nos quais a vitória popular foi ampla, geral e irrestrita.
Ainda assim, entulhos permanecem obstaculizando o cumprimento das demandas das ruas, sobretudo o combate inclemente à corrupção e o ajuste das contas públicas para a retomada do desenvolvimento econômico sustentado.
O apoio do povo a Bolsonaro, hoje, nas ruas, visa justamente encorpar política e socialmente o presidente, tudo para que ele confronte a maioria formada no Congresso e que o impede de governar.
A paciência do povo chegou ao limite e o próximo passo poderá não ser tão incruento.
